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Efeito pandemia? Divórcios crescem no Brasil em junho, após permissão para processo online
No primeiro mês em que casais puderam se divorciar pela internet, por conta da pandemia do novo coronavírus, as separações registradas em cartórios cresceram no país. Em junho deste ano, 5.306 casais se divorciaram, contra 5.209 em junho de 2019; em relação ao mês passado, também houve aumento: foram 4.471 em maio.
Os dados são do Colégio Notarial do Brasil, que representa os tabeliães de notas que atuam em cartórios pelo país. De acordo com o levantamento, o mês de junho foi o que mais registrou divórcios neste ano.
A data coincide com a permissão, dada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 26 de maio, por meio do provimento número 100, para que o processo seja realizado inteiramente online. A modalidade, no entanto, só está disponível para separações consensuais e que não envolvam filhos menores de idade (veja mais abaixo).
Em todo o primeiro semestre de 2020, houve redução no número de divórcios registrados no país: foram 26.976, total 25% menor que os 35.563 contabilizados no mesmo período de 2019. Em abril, quando as medidas de distanciamento social atingiam todo o país de forma mais restrita, foram apenas 2.868 casos, o menor total dos últimos seis meses.
- Amazonas: 133,3%
- Piauí: 122,2%
- Pernambuco: 80%
- Maranhão: 79,5%
- Acre: 71,4%
- Rio de Janeiro: 55,6%
- Bahia e Roraima: 50%
O total registrado no mês passado também é 1,9% maior que o do mesmo período de 2019, antes do início da pandemia.
Separação na pandemia
De acordo com a professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) Larissa Polejack, o confinamento causado pela pandemia faz com que as pessoas realizem uma série de adaptações que podem, consequentemente, ocasionar o “estressamento nas relações”.
Apesar disso, ela acredita que a decisão de separar ocorre por conta de problemas que já ocorriam na relação.
“Já existia ali algum conflito subjacente ou algo difícil na relação do casal e que ficava diluído na rotina do dia a dia, porque saía para trabalhar, ir levar o filho na escola, encontrava outras pessoas e, aí foi tocando a vida desse jeito”, explica.
“Por isso, é muito importante o diálogo aberto, o acolhimento de nós mesmos, dos nossos sentimentos e entender que nesse momento é fundamental que a gente faça esse exercício de escuta do outro, de solidariedade. Para que a gente possa passar por isso”, afirma Larissa.
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