19 de abril de 2024 13:16

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ELEIÇÕES 2022: BOLSONARO, MITO OU VOMITO? Confira mais um artigo da Coluna ‘A Voz do Leitor’

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ELEIÇÕES 2022: BOLSONARO, MITO OU VOMITO? Confira mais um artigo da Coluna 'A Voz do Leitor'

Em 2018, Jair Messias Bolsonaro, com 57,8 milhões de votos, foi eleito Presidente da República. O até então candidato, com posições polêmicas que dividiam opiniões, foi eleito pela maioria dos brasileiros para ocupar o cargo político na instância máxima de administração executiva, exercendo as tarefas de chefe de Estado, governo e de comandante das Forças Armadas.

De lá para cá, podemos dizer que desde o movimento das “Diretas Já” até o presente momento o senso de democracia dos brasileiros ainda não tinha sido tão posto à prova como agora, e é comum as pessoas dizerem que o Brasil está polarizado, que na acepção mais simples significa a divisão de uma sociedade em dois polos a respeito de um determinado tema.

Numa breve reminiscência sobre a trajetória política do atual Presidente da República Jair Bolsonaro é possível dizer que o mesmo sempre adotou posições firmes na defesa de temas que acabavam gerando muita polêmica e este comportamento foi justamente o que lhe projetou nacionalmente à condição de disputar a Presidência do Brasil. Enquanto muitos políticos usavam a estratégia do politicamente correto, Bolsonaro falava o que bem entendia, sem papas na língua, isto acabou atraindo a simpatia de eleitores que ansiavam por mudança na política, cansados de tantos escândalos de corrupção envolvendo políticos.

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Depois de eleito, Bolsonaro, enquanto governa o Brasil, mantém a mesma forma de expressar seu pensamento e seus apoiadores orgulhosos afirmam que é para isso que o elegeram, inclusive usam com frequência a palavra de ordem “mito” para demonstrar admiração e extrema confiança no governante. Mas enquanto uma parte admira outra parte possui verdadeira ojeriza em face as posições públicas do Presidente, a discordância é tanta que é comum ver manifestações de repúdio nas ruas e nas redes sociais.

Aí está a questão, em um regime democrático jovem e em construção, a figura de Jair Bolsonaro surge como um desafio e um convite ao respeito da opinião do outro, vez que posições antagônicas são necessárias para oxigenar a democracia. O fato de uma pessoa ter opinião diversa não a faz inimiga, significa apenas que pensa diferente e tem o direito de assim se manifestar.

Uma coisa que as pessoas precisam entender é que nem todos acham o Presidente um mito ou sentem enjoo por suas posições, esta compreensão é importante para mitigar conflitos e esfriar os ânimos dos mais exaltados. O certo é que os satisfeitos e os insatisfeitos terão a chance de expressar sua vontade nas urnas em 2022, até lá seguem os debates e as divergências de ideias vão continuar.

Vale destacar que a alternância de poder só ocorre porque as pessoas discordam de opiniões, se todo mundo pensasse igual, os governos seriam perpétuos. Inclusive o próprio Bolsonaro foi eleito a partir de um sentimento de discordância com governos anteriores, esta é a expressão máxima da democracia, quando a vontade da maioria prevalece e a minoria aceita o resultado.

Compete salientar que aceitar o resultado das urnas não significa que as pessoas não podem discordar das decisões do governante, isto não as fazem inimigas da nação, muitos menos inimigos uns dos outros, apenas denota que vivemos livres para expressar opinião, sem ofensas pessoais e agressões físicas. Atacar pessoal ou fisicamente o outro não fará sua opinião ser aceita, apenas incitará o ódio e o caos, viver em harmonia em meio as divergências de ideias, isto é democracia.

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Por fim, enquanto uns lutam para defender seu mito, outros com asco vomitam, e neste antagonismo faltam ir as vias de fato para defender alguém que sequer lhe conhecem, é necessário lembrar que não vale a pena brigar com alguém que você conhece, na maioria amigos e familiares, por alguém que não te conhece e na maioria das vezes está numa posição mais confortável que seus sofridos apoiadores. Para enfatizar que o espirito de democracia deve prevalecer em meio as discordâncias, finalizo com a célebre frase de Voltaire: “Discordo do que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”.

Por Valcy Ribeiro
Advogado

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