25 de abril de 2024 01:42

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Polícia prende Dr. Jairinho e mãe de Henry Borel pela morte do menino

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Polícia prende Dr. Jairinho e mãe de Henry Borel pela morte do menino

As investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro concluíram que os responsáveis pela morte do menino Henry Borel foram o vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto da criança, e Monique Medeiros, mãe do garoto. O casal foi preso nesta quinta-feira (8).

Investigadores da 16ª DP (Barra da Tijuca) afirmam que Henry foi assassinado no dia 8 de março — com emprego de tortura e sem chance de defesa da vítima.

O casal foi preso por atrapalhar as investigações e por ameaçar testemunhas para combinar versões.

Os mandados foram expedidos nesta quarta-feira (7) pelo 2º Tribunal do Júri da Capital. A prisão é temporária, por 30 dias.

Até então, o casal negava qualquer envolvimento com a morte de Henry e afirmavam que tinha sido um acidente doméstico.

Jairinho e Monique não deram declarações ao serem presos, em Bangu, nem quando chegaram à 16ª DP.

‘Sessão de tortura’

Segundo a polícia, Monique sabia disso pelo menos desde fevereiro.

O vereador teria praticado pelo menos uma sessão de tortura contra o enteado em fevereiro.

Resumo

  • Henry foi encontrado morto na madrugada de 8 de março no apartamento em que Monique, mãe do garoto, vivia com Dr. Jairinho;
  • Os dois alegaram que o menino sofreu um acidente e que estava “desacordado e com os olhos revirados e sem respirar”;
  • Mas os laudos da necropsia de Henry e da reconstituição no apartamento do casal afastam essa hipótese;
  • O documento informa que a causa da morte foi hemorragia interna e laceração hepática [no fígado] causada por uma ação contundente [violenta].
  • A polícia diz que, semanas antes de ser morto, Henry foi torturado por Jairinho. Monique sabia;
  • Nesta quinta (8), Dr. Jairinho e Monique foram presos temporariamente, suspeitos de tentar atrapalhar as investigações;
  • A defesa ainda não se manifestou sobre a prisão. Jairinho e Monique não falaram ao serem detidos.

Além de dois laudos periciais, de necropsia e de local — realizado nas três visitas ao apartamento 203 do bloco 1 do Condomínio Majestic, no Cidade Jardim, na Barra da Tijuca —, dados extraídos dos telefones celulares do casal, apreendidos no último dia 26, formaram um conjunto de elementos para embasar o pedido do delegado Henrique Damasceno, que comanda as investigações.

Necropsia apontou ação violenta

A primeira importante prova que chegou às mãos dos investigadores foi um laudo assinado pelo médico-legista Leonardo Huber Tauil, feito após duas autópsias realizadas no cadáver da criança, nos dias 8 e 9 de março.

No documento, o perito do Instituto Médico-Legal (IML) descreve que a criança sofreu “múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores”, “infiltração hemorrágica” na parte frontal, lateral e posterior da cabeça, apontou “grande quantidade de sangue no abdômen”, “contusão no rim” e “trauma com contusão pulmonar”.

“Quando a criança cai, não bate com todos os lados ao mesmo tempo. Há lesões em muitas partes, em pontos diferentes da cabeça. O que posso afirmar é que esse menino não caiu da cama. São lesões praticadas por instrumento contundente, aplicado de forma violenta. Feitas por um adulto”, afirmou o médico-legista Júlio Cury, ex-diretor do IML.

Reconstituição afastou acidente

Além do laudo cadavérico, a Polícia Civil tem em mãos mais uma prova técnica que desmonta a tese de acidente. No último dia 1º de abril, investigadores e peritos do ICCE estiveram pela terceira vez no apartamento.

Lá, fizeram uma reprodução simulada ao longo de quatro horas. Os peritos calcularam todas as possibilidades:

  • uma queda da própria altura;
  • a queda da cama;
  • a queda de uma poltrona que ficava ao lado da cama;
  • e a queda de uma escrivaninha.

Em nenhum desses cenários, de acordo com a conclusão dos peritos, causaria as lesões identificadas na autópsia.

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