20 de abril de 2024 13:32


Economia

Arroz e óleo mais caros: Veja aqui porque o preço destes alimentos subiu em todo país

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Arroz e óleo mais caros: Veja aqui porque o preço destes alimentos subiu em todo país

O preço dos alimentos foi destaque para a alta de 0,24% inflação oficial do país em agosto, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (9/9).

O Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) subiu 2,44% em 12 meses, enquanto a inflação dos alimentos subiu 8,83% no período.

Esta alta não tem apenas um alimento responsável, pois a maioria deles está com preços recordes no campo. Porém, dois chamaram a atenção nos últimos dias: o arroz, com valorização de 19,2% no ano, e o óleo de soja, que subiu 18,6% no período (leia mais abaixo).

E, para quem espera preços menores nos próximos meses, a expectativa dos especialistas não é otimista. Como é época de entressafra, é difícil que os valores caiam tanto até o início de 2021, pelo menos.

Por que tão caro?

De acordo com economistas, dois fatores explicam a alta dos alimentos:

  • Dólar alto: que incentiva os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo, assim, a oferta de produtos no mercado interno;
  • Auxílio emergencial: benefício do governo federal estimulou o aumento do consumo. Foi direcionado, em grande parte, para a população mais pobre do país, que tem uma cesta de compras formada, em sua maioria, por produtos básicos, como alimentos.

Com dólar muito valorizado em relação ao real, a venda ao exterior se torna uma forte concorrente da indústria brasileira pela compra de produtos do campo. Ao mesmo tempo, deixa o custo de produção da agropecuária mais alto, já que boa parte dos insumos é cotada na moeda americana.

Com isso, na prática, para que as empresas brasileiras consigam manter os alimentos aqui, é necessário pagar mais, e este valor acaba sendo revertido ao consumidor.

Além disso, com uma boa quantidade de produtos sendo vendida a outros países, a oferta interna de mercadorias diminuiu, incentivando a elevação de preços.

Na outra ponta, a renda gerada pelo auxílio emergencial de R$ 600 nos últimos meses permitiu que o repasse dos preços nas gôndolas dos supermercados fosse feito.

“Se não houvesse recurso, não haveria demanda que sustentasse o aumento de preços. De onde vem essa renda? De uma política fiscal expansionista, ou seja, do auxílio emergencial”, explica o economista Felippe Serigati.

O que diz o governo

O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, disse que o aumento era esperado, mas que deverá ser passageiro e que “em breve” o mercado retorna à normalidade.

“Ora, você tem agora uma transferência de bilhões de reais que foram para famílias pobres que começaram a usar esses recursos para comprar mais alimentos, o que aliás é um excelente sinal. Com famílias pobres demandando mais alimentos, o preço de alguns alimentos aumentou. Isso era natural e era esperado”, afirma Sachsida.

Mesmo assim, a alta está chegando a um nível preocupante, tanto que a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) disse, na última semana, que procurou o governo federal para “buscar soluções” sobre os reajustes dos alimentos.

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