16 de abril de 2024 15:24

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Brasil em chamas | Em Mato Grosso do Sul, mais de 1 milhão de hectares queimaram em uma semana

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Brasil em chamas

Em uma semana, mais de um milhão de hectares queimaram em Mato Grosso do Sul. Os incêndios atingiram áreas importantes de projetos de preservação da natureza.

O fogo devastou quilômetros de vegetação nativa. Nada de verde, só cinzas e galhos retorcidos. Um silêncio angustiante. “É triste, né? A gente ver o fogo passar e a gente, por mais que esteja todo mundo se esforçando muito para poder combater, às vezes a gente fica de mãos atadas. Tem que esperar passar para poder agir”, diz a bióloga Kefany Ramalho.

Na segunda-feira (9), o fogo se alastrou em poucas horas. As chamas consumiram tudo.

Uma das pesquisas de uma fazenda atingida é da Onça Pintada. Pelo menos oito filhotes tinham nascido nos últimos tempos. A preocupação é saber onde estão esses animais. No recinto onde as onças criadas em cativeiro reaprendem a ser selvagens, tinha uma onça na hora do fogo. Ela foi retirada às pressas.

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Um avião foi buscar o animal, que foi levado em segurança para outra fazenda longe do fogo. A força-tarefa de combate ao incêndio trabalha sem parar.

Mais de cem pessoas apagam o incêndio na fazenda Caiman, só que o vento, por diversas vezes, ao longo da semana, reacendeu as brasas. “Está estalando, está escutando? O estalo? É fogo! O pessoal está indo lá para procurar um acesso para poder entrar, porque é muito complicado”, alerta o bombeiro.

Quase cem mil litros de água já foram despejados na vegetação em chamas. Muitos animais morreram, outros fugiram assustados. Alguns já começaram a voltar.

Um grupo de pesquisadores de diferentes instituições chegou neste sábado (14) a fazenda para começar um estudo sobre a capacidade de recuperação do Pantanal.

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“A minha preocupação é com a fauna. Eu quero saber o que vai acontecer com a fauna, qual foi o dano que esse fogo acarretou. Muitas áreas que não foram queimadas e, como a fazenda é muito grande, a fauna pode se abrigar, pode fugir. Mas os efeitos a gente vai sentir mais para frente”, afirma o empresário Roberto Klabin.

Dois dias atrás, a primeira onça foi avistada. O incêndio não queimou só os pastos. Destruiu bosques com árvores frutíferas importantes para alimentação de aves e animais silvestres. Esse é o período de reprodução das araras azuis no Pantanal e elas já começaram a voltar. Uma alegria para os pesquisadores.

Agora as biólogas estão subindo em todas as árvores, checando os ninhos para ver se os filhotes e os ovos sobreviveram. São 22 ninhos com ovos e filhotes. “Esse incêndio aqui é como uma catástrofe. Deve afetar a população e a reprodução das araras aqui no Pantanal”, acredita a bióloga Neiva Guedes.

Em um ninho, as pesquisadoras encontraram dois filhotes. O mais novinho não resistiu. Foi o único que morreu até agora por causa do calor. O outro está bem saudável.

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