28 de março de 2024 14:36

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Mesmo com garantia constitucional de livre manifestação religiosa, umbandistas são hostilizados em cemitério de Nova Rosalândia

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Mesmo com garantia constitucional de livre manifestação religiosa, umbandistas são hostilizados em cemitério de Nova Rosalândia

Um grupo de umbandistas foi hostilizado dentro do cemitério de Nova Rosalândia, na região central do estado. O caso foi registrado Dia de Finados, enquanto eles faziam homenagens a parentes que estão enterrados no local e eram fiéis da religião. Além de serem intimidados, os umbandistas ainda foram alvo de uma nota de repúdio da Câmara de Vereadores da cidade.

Um vídeo mostra o momento em que o homem diz que não vai permitir a presença do grupo no cemitério: “Aqui, hoje, macumbeiro não faz macumba”, diz.

O grupo frequenta um terreiro de umbanda em Paraíso do Tocantins e estava em Nova Rosalândia para fazer homenagens a parentes mortos, por meio de um ritual com pipoca.

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“Colocar pipoca no túmulo é para levantar a alma que tá na terra, que não tem poder de subir. É para maneirar o pecado que ela tem para subir [sic]. É um agrado para as almas, as pessoas que já foram a gente faz aquele agradecimento para elas e ficam felizes”, disse a zeladora de santo, Maria da Paz.

 

A confusão aconteceu na véspera e também no Dia de Finados. Os umbandistas também foram acusados de sujar o cemitério. “A sujeira na qual ele falava, que estava se referindo, era a pipoca. Que a pipoca, acho que todo mundo sabe que é orgânica. O que é sujeira para mim foi o que eu mostrei para eles: são coroas de flores que estão lá jogadas, são entulhos que estão jogados”, diz a estudante Thuany Carvalho, que gravou o vídeo.

Em um momento da gravação o homem aparece com um pedaço de madeira na mão. Ele hostiliza o grupo e chega a agredir a estudante fisicamente. A Polícia Militar esteve no local e um boletim de ocorrência foi registrado.

A Câmara de Vereadores da cidade divulgou uma nota de repúdio contra os umbandistas e não citou nada sobre o ato de violência que o grupo sofreu. Os umbandistas são acusados de praticar atos de “magia negra”, quebrar e jogar objetos dentro dos túmulos. A nota, assinada por oito vereadores e pelo presidente da casa, ainda fala em “insanidade” e pessoas “psicologicamente desequilibradas”.

A Constituição Federal garante o livre exercício de cultos religiosos. Além disso, a lei penal afirma que praticar, induzir ou incitar discriminação por causa da religião, é crime.

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“Para caracterizar a intolerância religiosa, basta qualquer ato que visa difamar, ofender, denegrir ou constranger uma pessoa em virtude da sua crença religiosa”, explica o advogado Júlio Suarte, membro da comissão de direitos humanos da OAB.

Com informações do G1 TO

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