26 de abril de 2024 17:36

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Polícia Federal conclui investigações e acusa 13 pessoas em esquema com gráficas de corrupção

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Polícia Federal conclui investigações e acusa 13 pessoas em esquema com gráficas de corrupção

Treze pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal suspeitas de envolvimento em um esquema de corrupção envolvendo um grupo de empresas gráficas. Os crimes teriam ocorrido entre 2015 e 2017 e causado um prejuízo de R$ 54 milhões aos cofres públicos.

Os suspeitos são investigados por crimes como fraude em licitação, corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e por constranger livre exercício de profissão ao tentar impedir a publicação de reportagem sobre o suposto esquema. As investigações sobre os crimes começaram em novembro com a Operação Replicantes.

Foram indiciados:

Marcelo Miranda – Ex-governador do Tocantins. Sua função seria dar sustentação política para os negócios ilícitos da família, comandados por Brito Miranda e Brito Júnior. Teria pleno conhecimento dos atos ilegais e recebido vantagens indevidas. Indiciado por integrar organização criminosa e corrupção passiva.

José Edmar Brito Miranda – Chefe da família Miranda. Supostamente comandava a organização criminosa estabelecida durante o 3º mandato do filho, Marcelo Miranda, beneficiando empresários parceiros da família. Indiciado por integrar organização criminosa.

José Edmar brito Miranda Júnior – Irmão do ex-governador Marcelo Miranda. Seria responsável pela administração financeira e patrimonial da família Miranda, além de promover as articulações necessárias junto a empresários e servidores públicos. É citado em episódios de divisão de propina. Indiciado por integrar organização criminosa.

Alex Câmara – Amigo de infância dos irmãos Miranda. Suposto operador de esquemas criminosos, fazia articulações perante empresários, agentes políticos e servidores públicos para direcionar contratos. Confessou ter recebido ‘comissões’ para impulsionar pagamentos. Indiciado por integrar organização criminosa e corrupção ativa.

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Carlos Gomes Cavalcanti Mundim Araújo – Superintendente de Compras e Central de Licitação da Secretaria de Educação do Tocantins. Era a engrenagem central dos esquemas criminosos, sendo sendo responsável pelo direcionamento das licitações, agilização dos pagamentos e participando ativamente da divisão das vantagens ilícitas e articulação com outros investigados. Indiciado por integrar organização criminosa.

Larissa de Souza Ayres Bucar – Seria integrante da organização criminosa, com participação em atos de lavagem de dinheiro. Suspeita de intimidar jornalista para não publicar matéria sobre o esquema. Indiciada por integrar organização criminosa e atentado contra a liberdade de trabalho.

Franklin Douglas Alves Lemes – Empresário gestor do grupo empresarial Exata. Membro de uma organização criminosa que buscava obter vantagens em contratos públicos com a Seduc. Suspeito de pagar propina, mandar um emissário para impedir publicação de reportagem sobre o esquema. Indiciado por integrar organização criminosa, corrupção ativa e atentado contra a liberdade de trabalho.

Clésio Antunys Pereira Mendonça – Suposto laranja da organização criminosa ligada a contrato de gráficas. Indiciado por participar de organização criminosa.

Rosana Ribeiro Lopes – responsável pelo direcionamento das licitações, representando a empresa gráfica nos contratos. Teria participado da tentativa de intimidar jornalista. Indiciada por integrar organização criminosa e atentado contra a liberdade de trabalho.

Elaine Ferreira Carvalhinho de Almeida – Seria responsável pelo gerenciamento de organização criminosa envolvendo gráficas. Indiciada por integrar organização criminosa.

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Daphynni Carolinne Moreira Morais – Irmã de Franklin Douglas. Teria cedido o nome para empresa do irmão. Seria responsável por fazer saques e se beneficiar com o dinheiro de contratos ilícitos. Indiciada por integrar organização criminosa.

Rogério da Silva Souza. Ex-chefe de gabinete de Marcelo Miranda. Teria tentado impedir a publicação de reportagem sobre o suposto esquema criminoso, tentando comprar o silêncio de jornalista. Indiciado por atentado contra a liberdade de trabalho.

Marcos Aurélio de Miranda Costa – Superintendente da Seduc. Acusado de tentar impedir a publicação de reportagem relacionada ao suposto esquema criminoso. Indiciado por atentado contra a liberdade de trabalho.

O advogado de Marcelo Miranda, Brito Miranda e Brito Miranda Júnior informou que não teve acesso integral aos autos e por isso não tem como se manifestar.

O advogado de Franklin Douglas informou que não há indicio ou prova de qualquer responsabilização criminal envolvendo o cliente. Por isso, afirmou que a prisão contra o empresário perde qualquer sentido jurídico e está aguardando o deferimento de Habeas Corpus pedido ao Tribunal Regional Federal 1ª Região.

O G1 ligou para o advogado de Carlos Mundim, mas as ligações não foram atendidas. Ainda tentamos contato com a defesa dos demais citados nesta reportagem.

As investigações que deram origem à Operação Replicantes são um desdobramento da Operação Reis do Gado, de 2016. Neste inquérito específico são apurados supostos crimes de desvio de dinheiro a partir do direcionamento de contratos da Secretaria de Educação para um grupo de empresas gráficas. Foram presos um empresário e duas pessoas que supostamente agiam em nome do ex-governador Marcelo Miranda (MDB).

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Ao final do inquérito da Reis do Gado, o ministro do STJ Mauro Campbell determinou o desmembramento dos crimes envolvendo a família do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) para que fossem investigados em novos inquéritos.

Um deles passou a apurar licitações feitas pela Secretaria de Educação com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), entre os anos de 2015 e 2016.

“[…] foram identificados diversos indícios que sugerem que José Edmar Brito Miranda, José Edmar Brito Miranda Júnior e Marcelo Miranda agiam, especialmente através dos representados Alex Câmara e Carlos Mundim para favorecer algumas empresas, dentre elas a WR e a EXATA”, diz trecho da decisão do juiz Fabrício Roriz Bressan, que autorizou as prisões e buscas nesta quarta-feira.

Para a Polícia Federal, além do direcionamento para a contratação das empresas, essa organização criminosa monitorava e intervinha diretamente nos processos de pagamento. Segundo a investigação, três empresas que mantiveram contratos milionários com o governo estadual estavam ligadas ao empresário Franklin Douglas: a WR Gráfica e Editora, a Copiadora Exata e a Prime Solution.

Em troca do favorecimento, a família Miranda supostamente recebia desse grupo de empresas gráficas, beneficiadas com o esquema, o pagamento de propinas referentes às licitações realizadas pela Secretaria de Educação do Estado do Tocantins.

Fonte: G1

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