Tocantins
Leitos de UTI para Covid-19 são bloqueados nos três maiores hospitais do Tocantins por instituto responsável; entenda
Nesta quarta-feira (20/1), o Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), que administra leitos de UTI para Covid-19 nos três maiores hospitais do Tocantins, anunciou um bloqueio de parte dos leitos. A justificativa é que há o risco de desabastecimento nas unidades mas não foi informado qual produto está em risco de acabar. Os funcionários do ISAC estão sem pagamento desde novembro, por falta de repasses do governo.
O ISAC disse que os leitos bloqueados estão no Hospital Geral de Palmas e também nos Hospitais Regionais de Araguaína e Gurupi. Não foi especificado na nota o número de leitos que vão ficar fechados. Segundo a nota, “atualmente, as unidades citadas não possuem condições de novas admissões até que o abastecimento seja normalizado pelos fornecedores”.
A nota afirma ainda que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) havia sido notificada sobre o risco de desabastecimento em três ocasiões e que a situação não foi normalizada.
O painel que monitora a ocupação de leitos na rede hospitalar, o Integra Tocantins, indica que até à 16h havia 43 pacientes internados nas UTIs das três unidades citadas pelo ISAC e 24 vagas livres nos três hospitais. Veja a situação de cada hospital:
- Hospital Geral de Palmas – 17 leitos ocupados e 13 livres (57% de ocupação)
- Hospital Regional de Araguaína – 12 leitos ocupados e cinco livres (71% de ocupação)
- Hospital Regional de Gurupi – 14 leitos ocupados e seis livres (70% de ocupação)
Já há relatos de pacientes que aguardam transferências para UTIs nas unidades e não estão conseguindo. É o caso de Carlos Antônio Pereira Paz. Ele está internado na Unidade de Pronto Atendimento da região norte da capital e a família conseguiu uma liminar na Justiça que determina a transferência dele para uma UTI. Uma sobrinha do paciente informou que quando a UTI móvel chegou para realizar a transferência eles foram informados que o HGP não poderia receber o paciente. A justificativa apresentada a eles foi de falta de pagamento de salário aos enfermeiros.
O ISAC admitiu que os funcionários estão sem receber desde novembro, mas informou que o problema é devido a falta de repasses do Governo do Tocantins. O instituto afirma no entanto que o bloqueio dos leitos é por causa do risco de desabastecimento e não dos atrasos nos pagamentos.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) decidiu terceirizar o gerenciamento e operacionalização dos leitos de UTI adultos do Hospital Geral de Palmas e dos Hospitais Regionais de Gurupi e Araguaína em agosto. O governo contratou o Instituto Isac pelo valor de R$ 33,2 milhões, sem licitação. O contrato tem validade de pelo período de seis meses, mas prevê a prorrogação sucessiva enquanto durar a pandemia.
Veja a nota do ISAC na íntegra
Após comunicar, por três vezes, o risco de desabastecimento para a Secretaria Estadual de Saúde, o ISAC – Instituto Saúde e Cidadania realizou o bloqueio dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva Covid-19 dos hospitais regionais de Gurupi e Araguaína, bem como, do Hospital Geral de Palmas.
A iniciativa se fez necessária diante dos índices críticos de abastecimento, sendo prioritário garantir a assistência adequada aos pacientes já internados. Atualmente, as unidades citadas não possuem condições de novas admissões até que o abastecimento seja normalizado pelos fornecedores.
Desde dezembro, por meio de ofícios, o ISAC vem alertando sobre o risco do desabastecimento devido à ausência do repasse financeiro destinado ao pagamento de fornecedores, que estão desde novembro sem receber.
Para o Instituto, o momento é de tristeza e de solidariedade aos colaboradores das UTIS Covid-19 de Araguaína, Gurupi e Palmas, que aguardam seus salários, e aos prestadores de serviços.
O compromisso do ISAC é, assim que o recurso do contrato for creditado em conta, quitar de imediato a folha de pagamento do mês de dezembro dos colaboradores e iniciar o processo de reabastecimento das UTIs Covid-19 pertencentes ao Governo do Tocantins.
O Instituto ressalta que para cada projeto que gerencia é aberta uma conta específica e apenas os recursos do próprio contrato podem ser usados para pagamentos e manutenção do serviço. Por uma questão legal, o ISAC é proibido de usar o recurso de outro contrato para pagar as despesas, inclusive de pessoal.
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